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segunda-feira, 21 de março de 2011

POMBO CORREIO UM ESPORTE FANTASTICO

Arte de criar pombos-correios contagia milhares de esportistas em todo mundo
Considerada uma paixão mundial, a columbofilia é uma arte que remonta 6000 A.C.

Você sabe o que é columbofilia? Originária da Bélgica, nos meados do século XIX, tem inúmeros seguidores. Trata-se da arte de criar pombos-correios, considerado internacionalmente, um esporte com a finalidade preservacionista e competitiva.
Pouco conhecido no Brasil, mas com alto reconhecimento internacional, principalmente na Europa, o esporte concede prêmios na ordem de um milhão de dólares.

Competidores altamente treinados, são capazes de alcançar distâncias de 800 km numa velocidade maior do que 100 km/h. Estes pombos-correio especiais têm o nariz maior, porte mais avantajado, plumagem mais sedosa, pernas mais largas e finas e musculatura mais rija do que os pombos comuns e de cidade. As aves são registradas e têm título de propriedade com número próprio único e universal. São criadas em sistema de confinamento, ou seja, cativeiro.

Um mistério ainda não solucionado é sobre como estas aves fazem para achar o caminho de volta. Um pombo-correio não pode ser enviado a qualquer lugar. Sua capacidade consiste unicamente em voltar sempre para casa, percorrendo longas distâncias. Estudos apontam para a existência de um cristal em suas cabeças que servem como bússolas. Outra teoria é que estes pombos marcam o ponto inicial da rota (durante seus círculos no ar) através de ondas eletromagnéticas. Orientando-se por estas mesmas ondas, prosseguem em linha reta.

Há achados arqueológicos, que indicam a utilização de pombos-correio em 6500 A.C. Muito usados desde a 1ª Guerra Mundial. No Brasil, segundo Silvio do Carmo Figueiredo, presidente e fundador da Sociedade Columbófila Independência, a arte foi difundida em 1933, no governo Getúlio Vargas, como meio de comunicação. “Mas, já na década de 60, com o advento dos veículos de comunicação de massa, a prática columbófila voltou-se para a competição”, afirma.

De acordo com Figueiredo, só na Bélgica são registrados 120 mil criadores e em Portugal, 25 mil. “No Brasil acreditamos existirem cerca de 2 mil criadores. O presidente da sociedade reclama ainda da falta de apoio ao esporte. “Na Europa este esporte está dentro das escolas. Porém, em nosso País, falta divulgação e apoio do governo”, frisa.

Saúde
Bem diferentes dos pombos de cidade, conhecidos por causarem freqüentes incômodos de ordem sanitária, estética e higiênica nos grandes centros urbanos, os pombos-correio são 100 % saúde porque são tratadas sanitariamente por meio de vacinas e medicamentos de uso contínuo, que combatem parasitas e doenças. Alimentam-se de rações balanceadas e suplementos vitamínicos. Por isso, trata-se de um esporte caro.

Segundo Arnaldo Gravata, presidente do clube Columbófilo de Betim e membro da diretoria Columbófila Mineira, o estado de Minas Gerais é referência sanitária nacional. “Os pombos-correios não são como muitos dizem ratos com asas, é uma ave híbrida muito bem cuidada pelo seu criador. Para se ter uma idéia, os pombos que se perdem não conseguem sobreviver na natureza”, diz.

Ele ainda afirma que Minas Gerais é o maior pólo brasileiro da columbofilia, onde está a maior quantidade de criadores do Brasil.

Para o presidente da Federação Mineira de Columbofilia, Jorge Antônio Gomes, a grande aspiração da columbofilia é a prática da disciplina, do respeito e da lealdade. Segundo ele, nos últimos dois anos a prática deu um grande salto rumo à modernidade e entrosamento, entre os criadores de pombos de corrida. “Um exemplo deste entrosamento é o Campeonato da Sociedade Columbófila Independência, que agrega e premia os grandes vencedores”, diz.

Campeonato
A Sociedade Columbófila Independência premiou, no mês de março, os vencedores do campeonato de 2008. O evento foi realizado em Vespaziano/MG, no Clube dos Correios. Considerado como um dos maiores clubes da Grande BH, o Independência agraciou o primeiro colocado com um carro zero km. O grande campeão foi Wanner Willian Maron, o vice-campeão, Mauro Zuim, e o terceiro lugar foi para Walter Santana Arantes.

O campeonato tem um total de 12 provas, sendo dividido nas modalidades: velocidade (100 a 300 km), compreendendo quatro provas; meio fundo (301 a 500 km), quatro provas; e fundo (501 a 1000 km), outras quatro provas. É considerado campeão aquele que na somatória alcançar a maior pontuação.

Competidor desde 1985, o campeão Wanner Maron afirmou ser o campeonato muito competitivo. “Foi um campeonato muito concorrido, pois aqui estão os melhores e mais fortes criadores do Estado”, afirma.

Para o vice Zuim foram 365 dias de dedicação para alcançar o resultado. “Se deixar para a última hora não consegue”. O esportista começou aos 13 anos de idade, sendo que sua família cria pombos-correios em Portugal há mais de cem anos.

Já Walter Santana se diz contente com a premiação. “O campeonato traz reconhecimento ao trabalho dos competidores”.

Com sede própria no Bairro Guarani, em Belo Horizonte, o Clube Independência tem 18 anos de existência e possui cerca de 50 associados.

Matéria e fotos: Flávia Passagli - jornalista
Fatti Comunicação & Marketing

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